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Todos os pais reconhecem que o investimento em educação científica, desde a infância, é fundamental para ajudar as crianças a compreender um conjunto de fenomenos que ocorrem no seu quotidiano e a alicerçar um possível futuro ligado à Ciência.
A Ilha do Pessegueiro é um robusto rochedo de arenito.O arenito (rocha sedimentar) de que é feita, terá sido, há cerca de quarenta mil anos, areia solta que fazia parte de um vasto campo dunar muito semelhante ao que se avista, atualmente, nesta praia.
Facilmente concluímos que o mar não podia fustigar o local onde ocorria a transformação de areias soltas em arenito consolidado. De facto, há uns milhares de anos, a Ilha do Pessegueiro era um campo de areias soltas afastado do mar (que devido a um período glacial se encontrava a um nível bastante inferior, até 10 km da costa atual).
Os fenómenos geológicos que ocorrem na Terra têm tendência a repetir-se. As dunas que avistamos hoje têm forte probabilidade de se transformarem em arenito. O tempo ajudará à cimentação natural que resultará da dissolução de minúsculos fragmentos de conchas que se encontram entre os grãos de areia. Esse carbonato de cálcio dissolvido pelas águas e mais além precipitado servirá como cimento agregador dos grãos de areia, levando à transformação de um campo de areias soltas numa rocha resistente.
Quando estamos de férias e o sol teima em esconder-se permitindo que as nuvens se atrevam a aspergir-nos com a sua chuva, temos que procurar alternativas à praia.
No sudoeste alentejano não é difícil encontrar...Fomos até ao Cabo Sardão.
Neste ponto da costa as arribas elevam-se dezenas de metros confrontando-nos com a nossa pequenez.
As rochas que aqui avistamos formaram-se há mais de 300 milhões de anos, no fundo de um mar que recebia vários sedimentos (principalmente argilas e areias)
Esses sedimentos transformaram-se nas rochas (grauvaques e xistos) que hoje pisamos quando visitamos o Cabo Sardão.
Muita coisa mudou na história destas rochas...Uma delas foi o facto de os sedimentos que deram origem às rochas terem sido depositados em camadas horizontais e hoje avistarmos essas camadas numa posição quase vertical (como a mão da pequenota). Este é um dos factos mais interessantes que aqui podemos aprender: as rochas que constituem as arribas do sudoeste alentejano foram alvo das forças compressivas, associadas ao movimento das placas tectónicas.
Estamos certos de que também o farol do Cabo Sardão tem muitas histórias para nos contar (completou este ano 100 anos) porém estava fechado. Ficamos a saber que abre todas as quartas-feiras e que o podemos visitar gratuitamente e sem marcação.